terça-feira, 22 de março de 2011

META-SE ÁGUA!



Hoje, Dia Mundial da Água, o Entregues à Bicharada homenageia esse bem tão precioso, que brevemente se tornará mais escasso e cobiçado que o petróleo.

quinta-feira, 10 de março de 2011

A CAMINHO DO FUNDO


Todos os indicadores políticos actuais, consubstanciados pelo discurso de posse do Cavaco, apontam no seguinte caminho: a brigada laranja ocupará o tacho brevemente.

Nada surpreendente, mas extremamente preocupante, ou não fossem as linhas mestras de actuação do mais do que certo próximo executivo, tornadas públicas recentemente, baseadas nas seguintes máximas: privatizar, reduzir ao mínimo o sector público/estatal, reduzir direitos dos trabalhadores e satisfazer as pretensões da classe empresarial/dirigente chupista nacional.

Tap e RTP serão as primeiras a sofrer as consequências, mas de seguida virá à rede tudo o que é peixe, e será um forrobodó de privatizações sem paralelo.

No sector laboral, os trabalhadores verão ainda mais reduzidos os seus já parcos direitos e serão tratados como produto de consumo imediato, ao estilo mastiga e deita fora - mais facilidade no despedimento, menores indemnizações, contratação cada vez mais precária, flexibilização de horários e turnos, diminuição da contratação colectiva em prol do contrato de empresa.

Com o país mais do que hipotecado, à beira da falência, a pagar juros da dívida seis vezes maiores do que pagava há 4 anos atrás, resta saber se valerá tudo para satisfazer os credores, e se esse “tudo” incluirá o fim do sistema. É que se assim é, até valerá a pena.

Se é mais do que certo que bateremos no fundo, também é certo que o caminho que trilharemos será mais curto para lá chegar. E, se calhar, ainda bem. O Povo é quem mais ordena.

quinta-feira, 3 de março de 2011

OS LUSÍADAS REESCRITOS

Como escreveria hoje, Camões, os Lusíadas ...

se vivesse nestes tempos da nossa " modernidade pulhitica " !

I

As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo aquilo que lhes dá na gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se de quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!

II

E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas.
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

III

Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano.
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.

IV

E vós, ninfas do Douro onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!

(recebido por emílio)