quinta-feira, 10 de março de 2011

A CAMINHO DO FUNDO


Todos os indicadores políticos actuais, consubstanciados pelo discurso de posse do Cavaco, apontam no seguinte caminho: a brigada laranja ocupará o tacho brevemente.

Nada surpreendente, mas extremamente preocupante, ou não fossem as linhas mestras de actuação do mais do que certo próximo executivo, tornadas públicas recentemente, baseadas nas seguintes máximas: privatizar, reduzir ao mínimo o sector público/estatal, reduzir direitos dos trabalhadores e satisfazer as pretensões da classe empresarial/dirigente chupista nacional.

Tap e RTP serão as primeiras a sofrer as consequências, mas de seguida virá à rede tudo o que é peixe, e será um forrobodó de privatizações sem paralelo.

No sector laboral, os trabalhadores verão ainda mais reduzidos os seus já parcos direitos e serão tratados como produto de consumo imediato, ao estilo mastiga e deita fora - mais facilidade no despedimento, menores indemnizações, contratação cada vez mais precária, flexibilização de horários e turnos, diminuição da contratação colectiva em prol do contrato de empresa.

Com o país mais do que hipotecado, à beira da falência, a pagar juros da dívida seis vezes maiores do que pagava há 4 anos atrás, resta saber se valerá tudo para satisfazer os credores, e se esse “tudo” incluirá o fim do sistema. É que se assim é, até valerá a pena.

Se é mais do que certo que bateremos no fundo, também é certo que o caminho que trilharemos será mais curto para lá chegar. E, se calhar, ainda bem. O Povo é quem mais ordena.

3 comentários:

  1. Pior que o PSD no governo, só o PS/PSD no governo! Há espaço à esquerda, basta que tenha votos! Se continuarmos a teimar em nos arredarmos do espaço eleitoral só nos resta um parlamento a uma só cor!
    Vou tomar partido! Não há volta a dar-lhe!
    Um abraço em tempos de luta e de fileiras

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  2. Com D ou sem ele são a mesmíssima coisa, e o Cavaco vai bem com as duas.
    Com mais uma leva de privatizações, o Estado (nós) ficará apenas com encargos e as receitas ficam (garantidas) para os (tubarões) privados. Acabam-se as reformas, os subsídios, a segurança social e ficarão muito contentes todos os que insistem em votar nestes senhores.
    Abraço e arranjem-me um lugar na barricada.

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  3. PS ou PPD/PSD são a mesma coisa, poucas coisas na sua base programática vs ideológica mudam. Os partidos da esquerda institucional (PCP/BE) não se entendem, existem muitas clivagens mais de natureza programática menos de natureza ideológica. E reside aqui o falhanço "à esquerda", o não entendimento destas duas organizações. Enquanto isso, a direita (PPD vs CDS) apesar das guerrinhas pontuais para marcarem território o entendimento é ponto assente.
    Como dizes e muito bem, não basta mudar as moscas, é imperioso alterar o sistema, e, este só altera, quando o Povo se souber organizar sem serem necessários chefes ou caciques, mandantes ou alguém por eles, quando tomarmos consciência que não precisamos deles para nada. Ultimamente, as novas gerações vão sabendo organizar-se em movimentos espontâneos, vão exercendo a cidadania, aos poucos vão-se libertando das amarras deste sistema opressor, (o próximo sábado é um bom exemplo), o actual sistema não está preparado para acolher este tipo de luta, é bom que se vá preparando. Estamos fartos dos partidos do sistema, queremos mudança.

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